domingo, 23 de setembro de 2012

Soneto nº 1.800

                           Interlúdio


                  Hoje dizer não quero coisa alguma:                
quero tão-só compor uma balada
sem letra, sem palavras, sem nenhuma
ideia que não seja mesmo nada.


Quero para os meus versos transportar
a cadência dos corpos siderais
que aos meus ouvidos chega similar
a literárias odes musicais.


Hoje não me apetece dar ao prelo
nenhum soneto meu paramentado
de azul e doutoral borla e capelo.


Apenas quero, em versos sem destino,
ir escrevendo ao som do violino
num dia todo à música virado!


          João de Castro Nunes

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