Carrilhões
Por onde quer que eu passe, a qualquer
hora,
ouço dentro de mim, nos meus ouvidos,
das catedrais os sinos reunidos
lembrando-me que é tempo de ir embora.
Talvez os mesmos sejam que dobraram
quando tu me deixaste aqui sozinho,
os mesmos que se ouviram no caminho
por onde para a campa… te levaram.
Já que da vida não espero nada
e pronto já se encontra o meu caixão,
sinos, tocai com força redobrada!
Em
breve deixarei de vos ouvir
para escutar aquele carrilhão
que tocará no céu quando me vir!
João de Castro Nunes
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