“A mim ninguém me cala!”
Que me condenem mais do que uma vez
nos tribunais locais por protestar
ou levantar a voz para falar
contra tudo o que seja sordidez;
que pese aos meus reais noventa e três
de impoluta existência a trabalhar,
ante o juiz pretendam me levar,
rindo me estou de tanta pequenez!
Podem tirar-me os bens e, se quiserem,
conspurcar meu registo criminal,
que não me vergam, seja o que fizerem.
Já meus pés arrastando pelo chão,
nunca haverá poder judicial
que à minha voz consiga pôr travão!
João
de Castro Nunes
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