Soneto nº 2.100
Incongruências
Aquele fogo que se apelida amor,
invisível aos olhos corporais,
com seu forte poder abrasador
a cinzas nos reduz ou pouco mais.
Quando se ateia em nosso interior
por causas várias, circunstanciais,
ficamos desde logo ao seu dispor
sujeitos por grilhões sentimentais.
É de temer a sua aparição,
pois uma vez de nós se apoderando
nunca mais deixa de nos ter na mão.
O mal... é que esse fogo nos destrói,
não sem prazer nos ir proporcionando
pela simples razão… de que não dói!
João de
Castro Nunes
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