Ventos de império
Também eu tive, como José
Régio,
móveis antigos, colchas de damasco,
santos de pedra que eu comprei sem asco
de estar a cometer… um sacrilégio.
Era um museu a minha residência
cheia de Cristos feitos de marfim,
louças da China estilo mandarim
da Índia chamadas pela procedência.
Tudo os ventos de império acumularam
em preciosas arcas encouradas,
tudo os ventos de império me levaram.
Sou como o Pedro Sem de António Nobre
que teve em tempos frotas e armadas,
mas acabou sem nada, obscuro e pobre!
João
de Castro Nunes
Nem cobre, sem rica sapiência.
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