Poeira minha
Há-de-me um dia a terra devorar
e meu sangue beber, sem remissão:
hei-de com ela entrar em comunhão
e a novas existências… dar lugar!
Ervas e cardos poderão nascer
da terra com meus nervos adubada
e lado a lado podem conviver
os girassóis e a rosa perfumada.
A poeira reduzido… no final
os ventos estivais hão-de espalhar-me
por tudo quanto é sítio em Portugal.
Talvez até na sola dos sapatos
de um astronauta acabe por achar-me
a navegar nos siderais estratos!
João de Castro Nunes
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