Amor beirão
(Ode torguiana)
não te dizia nada, era tão-só
a região que te metia dó
e de que foste apenas inquilino.
Serviu-te só para ganhar o pão
de cada dia e nos espaços vagos
fazer, durante a caça, alguns estragos
atirando às perdizes… sem perdão.
Não há nos teus poemas bucolismo,
palpitações de amor e de lirismo
pela mulher beiroa… alguma vez.
Sob este aspecto a tua poesia,
escrita em vigoroso transmontês,
é seca, indiferente, adusta e fria!
João de Castro Nunes
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