Festa adiada
de negro amortalhada no caixão,
te disse adeus, amor, na despedida,
chorei de dor, de raiva e de paixão.
Soubesse embora que com Deus estavas
na sua mão direita repousando,
eu não me conformava, pois contavas
comigo envelhecer… em lume brando.
De súbito partiste: uma surpresa
na casa dos oitenta, uma beleza
de corpo e alma combinadamente.
Uma vez que não voltas, só nos resta
no céu continuar a nossa festa
segundo, amor,
nós tínhamos em mente!
João de Castro Nunes
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