quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Sentimentalismo

Gosto de ouvir gemer os violinos
de cordas afinadas, soluçando,
horas tardias, noite dentro, quando
seus sons parecem ter ecos divinos.

De uma pureza são que me inebria
e meus sentidos todos faz vibrar,
brotando então de mim, sem me esforçar,
quase espontaneamente a poesia.

Motivam-me de modo especial,
sentimentais, as valsas da alma eslava,
no fundo à portuguesa quase igual.

Exercem sobre a minha compleição,
dos seus acordes mórbidos escrava,
uma inefável e profunda acção!

João de Castro Nunes

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