Quando ouço, noite dentro, os violinos
gemendo aos meus ouvidos, empunhados
pelos ciganos húngaros chamados
de zíngaros com traços genuínos,
aflora-me aos sentidos um desejo
incontrolável de pegar na pena
e passar ao papel, cena por cena,
quanto na nossa vida teve ensejo.
Plangentes, eles vão-me recordando
o tempo deleitoso que passámos
junto dos filhos que me foste dando.
À lembrança me vem cada lugar
por onde, em doce exílio, divagámos
de país em país, fora do lar!
João de Castro Nunes
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