quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Nerudiando

Tira-me tudo, amor, tira-me tudo,
mas não me negues nunca o teu sorriso,
pois que além de afectar o meu juízo
viver eu não podia, sobretudo!

Tira-me tudo, pondo-me a pedir,
a minha inteligência, o meu saber,
minha cultura, o meu modo de ser,
mas deixa-me o teu jeito de sorrir!

Um só dos teus sorrisos desvanece
tudo quanto de infausto me acontece
na trabalhosa vida que me coube.

Permite, amada minha, que tos roube,
sempre que me aprouver, reais, exactos,
como se podem ver… nos teus retratos!

João de Castro Nunes

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