quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

"Almas irmãs da minha"

(Antero de Quental)

Sente comigo a natureza inteira
desde os astros do céu em movimento
às águas do oceano turbulento,
à acidulada amora da silveira.

Choram comigo as pedras do caminho,
os cardos junto à berma das estradas,
os olhos das crianças enjeitadas,
a casta flor do macerado linho.

Alegram-se comigo as cotovias
nos ninhos feitos entre as penedias
dos calvos montes do meu pátrio lar.

Fazemos todos uma só pessoa
porque afinal nenhum de nós destoa
da universal tendência para amar!

João de Castro Nunes

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