Obscuro medo
o medo do papão detrás da porta,
o medo do cigano nómada e perverso,
um medo oculto que nos desconforta!
Medo às anginas, ao sarampo, a tudo
que o mundo das crianças ameaça,
horror à palmatória e sobretudo
às vespas, às baratas e à traça.
Depois, já grandes, pela vida fora,
receio de pensar por nossa conta
face ao poder que no país vigora.
Nem na velhice o medo nos liberta,
pois permanentemente nos afronta
ante a maneira de morrer... incerta!
João de Castro Nunes
Sem comentários:
Enviar um comentário