“A qualquer hora”
Só
Deus conhece o instante, a hora, o dia
em
que subitamente, de improviso,
nos
vem bater à porta a Poesia
sem
prévio anúncio, sem qualquer aviso.
Há
que estar de mãos limpas preparado
para
a cumprimentar, a receber
condignamente,
o fato bem passado
e
gravata de seda… a condizer.
Tudo
a melindra, tudo a escandaliza,
retrocedendo
caso ela pressinta
que
conspurcada temos a camisa.
Importa
termos sempre a alma lavada
e
desde logo à mão caneta e tinta
a
fim de registar… sua chamada!
João de Castro Nunes
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