sexta-feira, 27 de dezembro de 2013


 

 

                         Perduração

 

Enquanto, amor, a vida eu mantiver

                   e por aqui andar em carne e osso,

                   eu desde logo garantir te posso

                   que em mim tu continuas a viver!

 

                   Quanto mais longa for minha existência,

da velhice fazendo juventude,

mais tempo viverás, se não me ilude

essa tão desejada contingência.

 

Só morrerás, amor, quando eu fechar

meus olhos para sempre à luz do dia

e meu cadáver for a sepultar.

 

Enquanto, pois, assim não seja, amor,

vamos vivendo os dois em companhia

na santa paz de Deus, Nosso Senhor!

 

      João de Castro Nunes

                  

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