sexta-feira, 11 de janeiro de 2013


                      Aliviar saudades

 

                   Quando a saudade aperta em relação

                   aos que partiram já do nosso lar,

                   à mente nos acode a tentação

                   de através da internet os contactar.

 

                   Seus endereços encontrar tentamos

                   nas listas das agendas anuais

                   que ao fundo das gavetas conservamos

                   a par de outras lembranças pessoais.

 

                   Uma após outra, vamos enviando

                   nossas mensagens, mas nenhuma alcança

                   o seu destino, mesmo porfiando.

 

                   Nesta doce ilusão que nos conforta,

                   vai-se passando o tempo na esperança

                   de alguém de longe nos bater à porta!

 

                            João de  Castro Nunes

3 comentários:







  1. Deus lhe pague!

    Para Marta

    Ouvi suas pancadas, de mansinho,
    como quem vem de longe, já cansada,
    e sem me demorar, descendo a escada,
    quem seria fui ver… quase mortinho

    de curiosidade, dada a hora
    de um noite invernosa, já tardia,
    varrida por intensa ventania,
    e logo constatei… ser a Senhora!

    Há sempre quem ouvindo o nosso apelo
    os pés ponha ao caminho, caia neve
    ou nas estradas predomine o gelo.

    Deus lhe pague, Senhora, cujo nome
    vou pôr na minha agenda dentro em breve
    para quando a saudade… me consome!

    João de Castro Nunes


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  2. Poeta! Nem fui capaz de fazer uma quadra como resposta. Só o leio e releio, encantada!

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