quarta-feira, 2 de janeiro de 2013


                   Válvula de escape

 

                   Quando me aperta a dor o coração

                   que ameaça parar subitamente,

                   não vejo mais nenhuma solução

                   que no papel…aliviar a mente.

 

                   Com lágrimas de fel e de emoção

                   dá-me para escrever, como quem sente

                   necessidade de apertar a mão

                   a qualquer oportuno confidente.

 

                   É no papel silencioso e mudo

                   que lanço as minhas mágoas de saudade

                   quando o padecimento é mais agudo.

 

                   Se não fosse poder descarregar

                   sobre o papel a minha ansiedade,

                   já teria morrido, se calhar!

 

                            João de Castro Nunes

1 comentário:

  1. Suspiro, poeta. Um sentir que conheço tão bem. Em tempos, fora o papel de escrever o meu maior confidente. Um dia calei-me. E o dia prolongou-se, demasiado. Está proibido de o fazer poeta! Nunca deve parar. Que os seus sonetos jorrem ao ritmo do bater do seu coração.

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