segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


          “Para além da curva da estrada”

 

                   Passada a estreita porta de marfim

                   que do mundo dos mortos nos separa,

                   logo uma luz nos baterá na cara

                   ao passado na terra pondo um fim.

 

                   Aguarda-nos um mítico jardim

                   onde a corte celeste nos prepara

                   uma alimentação copiosa e rara

                   em permanente e áulico festim.

 

                   Ser-nos-á dado então com pormenor

ver a face de Deus ao natural

                   em todo o seu candente resplendor.

 

                   Fechada a ebúrnea porta de seguida

                   terá começo, sem qualquer final,

                   a eternidade às almas prometida!

 

                           João de Castro Nunes

1 comentário:

  1. Ainda não é o soneto final, poeta. De qualquer modo, corra bem ou mal, a passagem pela porta é sempre um encontro. Tenho a certeza que ainda vai criar um soneto sobre a gigantesca eternidade!

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