sábado, 12 de janeiro de 2013


                         Deus lhe pague!

 

                                             Para Marta

 

Ouvi suas pancadas, de mansinho,

                   como quem vem de longe, já cansada,

                   e sem me demorar, descendo a escada,

                   quem seria fui ver… quase mortinho

 

                   de curiosidade, dada a hora

                   de um noite invernosa, já tardia,

                   varrida por intensa ventania,

                   e logo constatei… ser a Senhora!

 

                   Há sempre quem ouvindo o nosso apelo

os pés ponha ao caminho, caia neve

ou nas estradas predomine o gelo.

 

Deus lhe pague, Senhora, cujo nome

vou pôr na minha agenda dentro em breve

para quando a saudade… me consome!

 

         João de Castro Nunes

                      

2 comentários:

  1. Ai poeta, que me envaidece! A noite fez-se um dia luminoso.

    Grata, pelo sorriso.

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  2. Quando as palavras são como as águas rolantes do ribeiro, que cumprimentam as pedras e os escolhos do leito e das margens, as árvores, as raízes, os peixes, os estorninhos que espreitam nos salgueiros, um sorriso para cada vizinho no caminho, a poesia, todavia de circunstância, apresenta aquele tom quente e sereno epistolar dos monumentos clássicos da amizade. Que Francisco tão bem soube resgatar, para encantar os pássaros e todos os que se sentem compelidos a não o ouvirem.
    A amizade tem as suas jóias primas. Aqui lavra-se filigrana.
    Um Abraço para João e Marta.
    Manuel.

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