Folha em branco
Deve o Poeta a qualquer hora estar
a postos e de mãos purificadas,
a mente limpa, as roupas engomadas.
a folha em branco, ainda por usar,
a fim de receber a Poesia
quando ela se decide a visitá-lo
sem prévio aviso, para estimulá-lo
a largas dar à sua fantasia.
Esteja, se possível, confessado
e comungado, ou seja, esteja em graça,
sem qualquer sombra humana de pecado.
Quando a sua alma a Poesia invade,
seja o Poeta, em tudo quanto faça,
um sério candidato à santidade!
João
de Castro Nunes