sábado, 29 de dezembro de 2012


                      Suprema dor

 

                   Morreu-me um filho mais, a dor maior

                   que um ser humano pode suportar:

                   Deus quis-me pôr à prova, se calhar,

                   para santificar-me… pela dor.

 

                   Levado sou deveras a supor

                   que Deus me quis a vida prolongar

para por esta cruz ter de passar

numa demonstração do seu amor.

 

Expiando na terra os meus pecados,

tenho lugar decerto garantido

no meio dos seus bem-aventurados.

 

Por isso Ele me fez sobreviver,

somente agora eu tendo percebido,

para do fel… o cálice beber!

 

    João de Castro Nunes



29 de Dezembro de 2012.  

                  

3 comentários:

  1. Permita-me, poeta, que cite Teilhard De Chardin:

    "De que é formada essa massa? De escuridão, de lacunas, de perdas?... Não, mas devemos repeti-lo sempre, de energia possível. No sofrimento, esconde-se, com uma intensidade extrema, a força ascensional do Mundo. Toda a questão está em libertá-la dando-lhe a consciência do que ela significa e daquilo de que ela é capaz."

    ResponderEliminar

  2. Ilustríssima Senhora:
    Pode crer que não há força que destrua a minha convicção de que, face a face, verei a Deus algum dia na companhia dos meus familiares! JCN

    ResponderEliminar
  3. Ilustre poeta! Sei. Não duvido desde que li o Suave Milagre.

    ResponderEliminar