Banda larga
Mar português da cor das esmeraldas,
atlântico e autêntico oceano,
mar de Camões que tens o tom das algas,
contrariamente ao grego e ao romano;
mar henriquino com sabor a sal
que no dizer poético e sentido
de Fernando Pessoa foi devido
às lágrimas das mães de Portugal;
mar que embalaste no teu verde lombo
as curvas naus do Gama e de Colombo
em demanda de novo tosão de ouro;
a tua brisa histórica e amarga
traz-me, como se fosse em banda larga,
evocações… do seu cabelo louro!
João de Castro Nunes
Terá sido o poeta um marinheiro? Para contar tão profundamente a cor do mar e a saudade oculta nas águas feitas de lágrimas de mãe? Como eu gosto deste poema, sofrido e resignado como os suspiros no ritual das partidas!
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